Diferenças entre edições de "Trading em Commodities V - As arbitragens"
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Com os ganhos nestas arbitragens sobre os futuros, as Tradings chegam à fase de compra dos físicos para entrega (e desfazer a cobertura, vendendo aqueles contratos futuros) com margens, em cada negócio, muito superiores a um simples back-to-back, podendo mesmo ter vendido a margem zero nos físicos, para beneficiar de um maior período de detenção dos contratos futuros. | Com os ganhos nestas arbitragens sobre os futuros, as Tradings chegam à fase de compra dos físicos para entrega (e desfazer a cobertura, vendendo aqueles contratos futuros) com margens, em cada negócio, muito superiores a um simples back-to-back, podendo mesmo ter vendido a margem zero nos físicos, para beneficiar de um maior período de detenção dos contratos futuros. | ||
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+ | *[[Trading em Commodities I - A importância de um edge]] | ||
+ | *[[Trading em Commodities II - Os primeiros contratos]] | ||
+ | *[[Trading em Commodities III - O CBOT e o clearing]] | ||
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Edição atual desde as 05h41min de 26 de novembro de 2008
Já vimos como surgiram os contratos de futuros, as contas-margem e como a venda de físicos é coberta pela compra de futuros.
Também vimos como surgiram os primeiros especuladores (os jogadores de poker dos Saloons) porque o CBOT, para aceitar as transacções, apenas exigia uma margem, sendo-lhe indiferente se o vendedor tinha o produto e se o comprador tinha uma indústria para o processar.
Por isso a actual informação sobre contratos futuros está dividida em “commercials” e “non-commercials”
Ficámos numa situação em que as Tradings, que entretanto surgiram para facilitar os negócios entre agricultores e industriais, ficavam com os contratos de compra (após cobrir com estes as vendas de físicos) durante meses, só iniciando a sua venda muito mais tarde, à medida que iam comprando os físicos.
Ora é durante esse período que as Tradings fazem as arbitragens e, se as coisas correm bem, ganham mais nelas do que na compra e venda dos físicos, se fizessem simples operações back-to-back.
Uma das primeiras arbitragens feitas deve ter sido milho/porcos (hogs).
Antes das actuais rações de formulação sofisticada, os porcos, após o desmame eram alimentados com milho.
É a fase de “engorda” que durava enquanto a conversão de milho em carne tivesse um saldo económico positivo.
Para a engorda de 400 porcos eram precisos 5.000 bushels/baldes (1 contrato) de milho.
Como os contratos de porcos são de 200 cabeças, a arbitragem era feita na proporção de 1 contrato de milho para 2 contratos de porcos.
Como os porcos têm de ser abatidos antes que continuem a comer o que já não é rentável em aumento de peso, e não na data mais conveniente quanto a oferta-procura, com frequência o excesso de oferta fazia baixar o preço da carne e consequentemente dos contratos de futuros.
Nessa altura, uma Trading que detivesse contratos de milho vendia estes e comprava contratos de porcos, na proporção indicada.
Ao verem os preços a cair, as pecuárias reduziam a produção e o preço da carne subia permitindo às Tradings regressar aos seus contratos de milho, realizando um lucro nos contratos dos porcos.
Hoje continuam-se a fazer este tipo e arbitragens, mas mais complexas pois têm em vista as várias commodities que entram nas rações.
Outra arbitragem muito comum é proporcionada pelo chamado “complexo da soja” : grão, farinha e óleo, todos cotados em Chicago.
Embora os custos industriais de transformação sejam conhecidos e a sua variação marginal, estas 3 commodities estão longe de seguirem curvas paralelas: cada uma, obedecendo às leis da procura/oferta, aproxima-se e afasta-se das outras, proporcionando oportunidades de estar sempre na inferior, quando houver alargamento da diferença e inverter a posição quando este voltar aos custos de transformação normais.
Com os ganhos nestas arbitragens sobre os futuros, as Tradings chegam à fase de compra dos físicos para entrega (e desfazer a cobertura, vendendo aqueles contratos futuros) com margens, em cada negócio, muito superiores a um simples back-to-back, podendo mesmo ter vendido a margem zero nos físicos, para beneficiar de um maior período de detenção dos contratos futuros.
Ver também
- Trading em Commodities I - A importância de um edge
- Trading em Commodities II - Os primeiros contratos
- Trading em Commodities III - O CBOT e o clearing
- Trading em Commodities IV - Os primeiros brokers e traders
Autor
Fogueiro, em 26/9/2007
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