Diferenças entre edições de "Risco de auditoria"
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Significa isto que apesar dos objectivos do trabalho do auditor não ser a detecção de fraudes e erros, este deve adoptar uma atitude de dúvida sistemática independentemente da satisfação quanto à evidência recolhida em resultado dos procedimentos adoptados. Isto porque deve estar consciente da existência de incertezas acerca dos atributos das evidências, da eficiência dos mecanismos de controlo interno do cliente e do facto do seu procedimento se basear em estimativas e amostras, mais ou menos representativas. | Significa isto que apesar dos objectivos do trabalho do auditor não ser a detecção de fraudes e erros, este deve adoptar uma atitude de dúvida sistemática independentemente da satisfação quanto à evidência recolhida em resultado dos procedimentos adoptados. Isto porque deve estar consciente da existência de incertezas acerca dos atributos das evidências, da eficiência dos mecanismos de controlo interno do cliente e do facto do seu procedimento se basear em estimativas e amostras, mais ou menos representativas. | ||
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− | + | * <sup>1</sup> ''International Standards on Auditing'' | |
− | + | * <sup>2</sup> [http://www.ifac.org/Guidance/EXD-Details.php?EDID=0079 ISA200] | |
− | + | * <sup>3</sup> [http://www.ifac.org/ International Federation of Accountants ] | |
− | + | * <sup>4</sup> Directriz de Revisão/Auditoria | |
− | + | * <sup>5</sup> [http://www.infocontab.com.pt/download/DRA/DRA400.pdf DRA400] | |
− | + | * <sup>6</sup> [http://www.oroc.pt/ Ordem dos Revisores Oficiais de Contas] | |
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− | + | * [http://www.oroc.pt/fotos/editor2/05REV_n33-Auditoria.pdf Barros, Carlos; Revista Revisores & Empresas n.º33; Abril/Junho 2006; OROC; Lisboa] | |
+ | * [http://www.ifac.org/Guidance/EXD-Details.php?EDID=0079 ISA200] | ||
+ | * [http://www.infocontab.com.pt/download/DRA/DRA400.pdf DRA400] | ||
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Revisão das 20h16min de 19 de novembro de 2007
O risco de auditoria consiste na possibilidade do auditor emitir uma opinião não apropriada sobre as demonstrações financeiras ao não considerar situações com incorrecções materialmente relevantes. ( ISA1 2002, IFAC3 e DRA4 4005, OROC6 )
Significa isto que apesar dos objectivos do trabalho do auditor não ser a detecção de fraudes e erros, este deve adoptar uma atitude de dúvida sistemática independentemente da satisfação quanto à evidência recolhida em resultado dos procedimentos adoptados. Isto porque deve estar consciente da existência de incertezas acerca dos atributos das evidências, da eficiência dos mecanismos de controlo interno do cliente e do facto do seu procedimento se basear em estimativas e amostras, mais ou menos representativas.
Índice
Componentes do risco de auditoria
O risco de auditoria decompõe-se em três componentes: risco inerente, risco de controlo e risco de detecção, que pode ser apresentado pela seguinte fórmula:
- Risco de Auditoria = Risco Inerente x Risco de Controlo x Risco de Detecção
Esta fórmula sugere a independência do Risco Inerente e o Risco de Controlo, definindo-os individualmente e combinando-os de forma multiplicativa. No entanto, esta suposta independência dos seus componentes, tem levado a que este modelo tradicional de risco de auditoria seja alvo de várias criticas por poder não produzir resultados apropriados, sob o argumento de que o risco inerente e o risco de controlo são dependentes ou pelo menos condicionais, na medida em que se a avaliação de um componente produz influência sobre outro componente não pode ser isolada nem hipotética nem substantivamente.
Nesse sentido, a ISA 200, IFAC (A14; pág. 20), torna mais explícito o condicionalismo entre os dois componentes, risco inerente e risco de controlo, aglomerando-os como [risco de distorção material], enquanto risco da entidade que existe independentemente da auditoria às demonstrações financeiras:
“The risks of material misstatement at the assertion level consist of two components: inherent risk; and control risk. Inherent risk and control risk are the entity’s risks; they exist independently of the audit of the financial statements.”
Podendo ser formulada como:
- Risco de Auditoria = f (Risco de Distorção material; Risco de Detecção)
- em que o Risco de Distorção Material comporta o Risco Inerente e o Risco de Controlo
Fluxograma da análise do risco de auditoria
Podemos sintetizar as diferentes componentes do risco de auditoria como:
- Risco inerente: pode ser definido como a susceptibilidade de uma asserção apresentar uma distorção que possa ser materialmente relevante, quer sejam considerada individualmente ou globalmente, antes de considerar controlos internos.
- A relação do risco inerente dever ser consideranda no âmbito:
- da natureza da actividade da empresa;
- dos ajustamentos a demonstrações financeiras de exercícios anteriores;
- da complexidade das transacções;
- da competência, capacidade, integridade e idoneidade do Board;
- da competência e da adequação dos colaboradores da empresa;
- da susceptibilidade de ser perderem activos;
- do nível de decisão de gestão;
- A relação do risco inerente dever ser consideranda no âmbito:
- Risco de controlo: pode ser definido como risco de uma asserção apresentar uma distorção que possa ser materialmente relevante, quer individualmente ou quando agregada com outras distorções, e não possa ser evitada, ou detectada e corrigida tempestiva pelo sistema de controlo interno da empresa.
- Risco de detecção: pode ser definido como o risco resultante de os procedimentos do auditor não conduzirem à detecção de uma distorção que exista numa asserção e possa ser materialmente relevante, quer individualmente quer ou quando agregada com outras distorções.
- Nota: O risco de detecção não pode ser reduzido a zero na medida em que o auditor deve estar consciente da existência de incertezas acerca dos atributos das evidências, da eficiência dos mecanismos de controlo interno do cliente e do facto do seu procedimento se basear em estimativas e amostras, mais ou menos representativas.
O risco inerente e o risco de controlo são diferentes do risco de detecção enquanto riscos que existem independentemente da auditoria às demonstrações financeiras.
Entre a materialidade e o nível de risco de revisão/auditoria existe uma relação inversa. Se aumentar o nível de materialidade aceitável o risco de revisão/auditoria reduz-se e vice-versa.
Referências
- 1 International Standards on Auditing
- 2 ISA200
- 3 International Federation of Accountants
- 4 Directriz de Revisão/Auditoria
- 5 DRA400
- 6 Ordem dos Revisores Oficiais de Contas