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− | O '''ciclo | + | O '''ciclo económico''' consiste em flutuações do [[produto interno bruto]] em torno da sua tendência de longo prazo. Essas flutuações são recorrentes e não devem ser confundidas com grandes flutuações do produto, como depressões económicas. |
− | O ciclo | + | O ciclo económico apresenta 4 fases distintas: expansão, contracção, recessão e recuperação. |
− | Ao estudar-se o ciclo | + | Ao estudar-se o ciclo económico, a noção de instabilidade deve ser encarada como uma regularidade e não como um movimento aleatório. Partindo deste ponto, a instabilidade apresenta-se como uma quebra do equilíbrio económico vigente, no qual há uma tendência de ajuste estrutural gradual e contínuo. |
− | Na instabilidade, encontra-se o ciclo económico, que pode ser de duas fases (prosperidade e depressão) ou quatro fases (prosperidade, recessão, depressão e recuperação). O ciclo económico, de acordo com [[Schumpeter]], parte de um [[equilíbrio geral walrasiano]], passa a ser um desequilíbrio e volta a um novo equilíbrio, diferente do inicial. A inovação desencadeia um ciclo, implementada por um empresário inovador através da obtenção de crédito. Essa inovação quebra o fluxo circular e inicia a fase de prosperidade. O aumento dos salários e dos preços dos consumos aumenta a procura por bens de consumo, gerando uma onda de investimento também nos sectores tradicionais, além da onda gerada nos sectores dinâmicos pela inovação. | + | Na instabilidade, encontra-se o ciclo económico, que pode ser de duas fases (prosperidade e depressão) ou quatro fases (prosperidade, recessão, depressão e recuperação). O ciclo económico, de acordo com [[Schumpeter]], parte de um [[equilíbrio geral walrasiano]], passa a ser um desequilíbrio e volta a um novo equilíbrio, diferente do inicial. A inovação desencadeia um ciclo, implementada por um empresário inovador através da obtenção de crédito. Essa inovação quebra o fluxo circular e inicia a fase de prosperidade. O aumento dos salários e dos preços dos consumos aumenta a procura por bens de consumo, gerando uma onda de investimento também nos sectores tradicionais, além da onda gerada nos sectores dinâmicos pela inovação. O empreendedor constitui um monopólio temporário e aufere lucros extraordinários. Porém, com o surgimento dos imitadores, a concorrência aumenta, os preços caem e os lucros temporários desaparecem, dando início à recessão. Após a recessão, a depressão vem para eliminar os produtores não-inovadores (ineficientes, na visão de [[Schumpeter]]) e, ao mesmo tempo, reduzir a produção com deflação dos preços. Quando a falência dos não-inovadores acaba, começa a recuperação, visando atingir um equilíbrio com nova estrutura produtiva. Dessa forma, encerra-se o ciclo, sendo o período de depressão essencial para a eliminação dos ineficientes e consolidação do novo padrão de produção. |
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+ | Os ciclos económicos podem ser de curto prazo (Kitchin - 3 a 4 anos), médio prazo (Juglar - 7 a 11 anos) ou de longo prazo ([[Kondratieff]] - 50 a 60 anos). Os ciclos de longo prazo são os associados a grandes mudanças estruturais, como por exemplo as Revoluções Industriais. Para muitos autores, o mundo encontra-se hoje no quinto ciclo de Kondratieff, baseado na era da tecnologia e globalização. É visível, entretanto, que os países não têm trajetórias semelhantes no que se refere ao nível de [[desenvolvimento económico]], tendo cada um as suas particularidades quanto à entrada e saída de ciclos económicos. | ||
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Revisão das 13h50min de 7 de janeiro de 2008
O ciclo económico consiste em flutuações do produto interno bruto em torno da sua tendência de longo prazo. Essas flutuações são recorrentes e não devem ser confundidas com grandes flutuações do produto, como depressões económicas.
O ciclo económico apresenta 4 fases distintas: expansão, contracção, recessão e recuperação.
Ao estudar-se o ciclo económico, a noção de instabilidade deve ser encarada como uma regularidade e não como um movimento aleatório. Partindo deste ponto, a instabilidade apresenta-se como uma quebra do equilíbrio económico vigente, no qual há uma tendência de ajuste estrutural gradual e contínuo.
Na instabilidade, encontra-se o ciclo económico, que pode ser de duas fases (prosperidade e depressão) ou quatro fases (prosperidade, recessão, depressão e recuperação). O ciclo económico, de acordo com Schumpeter, parte de um equilíbrio geral walrasiano, passa a ser um desequilíbrio e volta a um novo equilíbrio, diferente do inicial. A inovação desencadeia um ciclo, implementada por um empresário inovador através da obtenção de crédito. Essa inovação quebra o fluxo circular e inicia a fase de prosperidade. O aumento dos salários e dos preços dos consumos aumenta a procura por bens de consumo, gerando uma onda de investimento também nos sectores tradicionais, além da onda gerada nos sectores dinâmicos pela inovação. O empreendedor constitui um monopólio temporário e aufere lucros extraordinários. Porém, com o surgimento dos imitadores, a concorrência aumenta, os preços caem e os lucros temporários desaparecem, dando início à recessão. Após a recessão, a depressão vem para eliminar os produtores não-inovadores (ineficientes, na visão de Schumpeter) e, ao mesmo tempo, reduzir a produção com deflação dos preços. Quando a falência dos não-inovadores acaba, começa a recuperação, visando atingir um equilíbrio com nova estrutura produtiva. Dessa forma, encerra-se o ciclo, sendo o período de depressão essencial para a eliminação dos ineficientes e consolidação do novo padrão de produção.
Os ciclos económicos podem ser de curto prazo (Kitchin - 3 a 4 anos), médio prazo (Juglar - 7 a 11 anos) ou de longo prazo (Kondratieff - 50 a 60 anos). Os ciclos de longo prazo são os associados a grandes mudanças estruturais, como por exemplo as Revoluções Industriais. Para muitos autores, o mundo encontra-se hoje no quinto ciclo de Kondratieff, baseado na era da tecnologia e globalização. É visível, entretanto, que os países não têm trajetórias semelhantes no que se refere ao nível de desenvolvimento económico, tendo cada um as suas particularidades quanto à entrada e saída de ciclos económicos.