Paradoxo de Ellsberg
O paradoxo de Ellsberg é um paradoxo que ocorre em experiências com pessoas que violam a hipótese da utilidade esperada/racionalidade económica dos participantes. É geralmente visto como uma prova da existência de aversão à ambiguidade.
Este paradoxo foi popularizado por Daniel Ellsberg, embora tivesse já sido dado conta da sua existência bem antes, por John Maynard Keynes.
O paradoxo experimentalmente
Supondo que temos um saco com 30 bolas vermelhas e 60 bolas pretas e amarelas, não sabendo quantas bolas pretas ou amarelas existem. As bolas estão misturadas aleatoriamente, e é tão provável tirar uma bola quanto qualquer outra.
São colocadas duas hipóteses de apostas:
- Aposta A: Receber 100 euros se for retirada uma bola vermelha;
- Aposta B: Receber 100 euros se for retirada uma bola preta;
Existe também um segundo conjunto de apostas simultaneas (numa mão seguinte):
- Aposta C: Receber 100 euros se for retirada uma bola vermelha ou amarela;
- Aposta D: Receber 100 euros se for retirada uma bola preta ou amarela;
Uma vez que os prémios são exactamente os mesmos, o que seria de prever seria que só se preferiria a aposta A à aposta B se acreditássemos que retirar uma bola vermelha seria mais provável que retirar uma bola preta. Também só se preferiria a aposta C à D se fosse de acreditar que retirar uma bola vermelha seria mais provável que retirar uma bola preta. Portanto se alguém favorecesse a aposta A, então tenderia também a favorecer a aposta C. E se favorecesse a aposta D, tenderia a favorecer a aposta B
Porém, quando inquiridas experimentalmente, a maior parte das pessoas escolhe a aposta A à aposta B, e simultaneamente a aposta D à aposta C, constituindo essas escolhas, irracionais quando tomadas simultaneamente, o paradoxo.