Regras do Fogueiro
Este artigo concentra uma série de regras que se encontravam dispersas no tópico da Carteira NY, no fórum de bolsa Think Finance.
Índice
9 princípios básicos
9 princípios básicos da estratégia do Fogueiro.
1. Limitar as perdas depressa – em situação bull, stop loss de 20% sobre o preço de compra; em bearish, 15%.
2. Nunca deixar que um bom ganho se transforme em perda – se uma acção atinge ganhos de 15, 20, 30% ou mais, nunca deixar que venha abaixo do preço de custo. Aplicar a regra dos 20% – 15% (acima) a partir do máximo que atingiu enquanto esteve na nossa posse.
3. Depois de forte subida, quando um sell-off com muito volume trás a acção abaixo da sua MM50 dias – os institucionais costumam comprar mais vencedoras (average up) quando elas vêm às suas MM50 dias. Se uma empresa quebra essa MM é sinal que os grandes investidores se desinteressaram dela.
4. Volume muito alto de queda – se este for triplo do médio, acompanhar a acção: nem sempre é um sinal para vender, mas se não recuperar nos dias seguintes, é provavelmente sinal que ocorreu um topo.
5. Forte queda depois de anúncio de resultados – uma queda com gap down da ordem dos 15%-20%, geralmente quebrando um suporte importante como a MM50 dias, após a revelação dos resultados, têm um histórico de quedas nas semanas seguintes, após um eventual “salto de gato morto”.
6. Vendas parciais aproveitando boas notícias – se após um longo período de subidas uma acção sobe anormalmente (p. ex 30% numa ou duas semanas) na sequência de boas notícias, muitos institucionais irão tomar lucros e será a altura de fazermos vendas parciais pois uma correcção será provável e poderá demorar semanas a recuperar o uptrend.
7. Vendas parciais quando os Indicadores da Fogueiro’s Toolbox viram negativos – acumular alguma liquidez vendendo parte de algumas fortes ganhadoras, pois é provável que venham aí tempos difíceis mas também propícios a boas compras.
8. Podemos sempre recomprar uma acção vendida – com as corretagens actualmente tão baixas, na dúvida é melhor vender, mesmo acreditando no longo prazo bom para a acção. Mais vale recomprá-la quando os Indicadores o aconselharem.
9. Finalmente – ninguém se arruína por tomar lucros ... mas tomá-los demasiado cedo e por uma só vez, poderá levar a perder a mais importante fatia do uptrend.
Stop losses
Acções, ETFs, ADRs
Stop loss de 20% em bull markets e 15% em bear markets. Tomada de lucros em 1/2 das posições quando atingem 100%. O resto quando já não vejo grande potencial de subida.
Opções
Não tenho stops: vendo quando os pressupostos que me levaram à compra não se verificaram, isto é, que me enganei; também quando se aproxima a data de exercício sem que haja probabilidade de ficarem "in the money", vendo para aproveitar o prémio de tempo.
Quando correm a meu favor, vou vendendo parcialmente para obter um lucro médio razoável (o meu objectivo quando compro, é sempre mais de 100%).
Por vezes deixo alguns contratos para exercer naquelas que considero que continuam a ser ganhadoras depois da data de exercício.
Dentro da zona de preço do subjacente compro o que tem mais open interest, pois a maior liquidez torna mais fácil sair ... e normalmente os spreads são menores.
Neste caso, para os strikes seguintes, os open interest eram:
$20.00 -- 116
$22.50 -- 217
$25.00 -- 4.624
Obviamente escolhi $25.00
Desde Janeiro de 2007 o ganho do S&P500 nas semanas em que expiraram as opções foi, em média, 0,45%, comparado com a média negativa de -0,11% nas restantes semanas. Nesse time-frame 10 das 16 semanas de expiração foram positivas.
A razão deve ser que os gestores de carteiras vendem os seus Puts de cobertura que vão expirar, criando um ambiente propício à valorização dos activos subjacentes.
São semanas em que negoceio muito pouco e, se ficarem neutras, mostram alguma fraqueza dos mercados.
Escolha de Acções
- Começa por analisar os sectores com boas e más performances para os próximos meses, para Calls e Puts, respectivamente. De seguida as melhores e as piores empresas dentro deles
- Os múltiplos utilizados são:
- crescimento-decréscimo das receitas/vendas,
- margem operacional,
- crescimento dos lucros/perdas,
- cash flow,
- ROE,
- PER,
- PEG.
- É dada uma grande importância à consistência destes múltiplos ao longo dos últimos trimestres, bem como às pessoas responsáveis pela gestão.
- A partir dos critérios referidos procura avaliar as empresas dentro de 6 meses, 1 ano, 2 anos, 5 anos.
- Utiliza como complemento o serviço de ranking Navellier e do Zacks.
- Algumas ideias de investimento surgem dos inqueritos publicados pela ChangeWave
- Para além de seguir os internos do Mercado, via Toolbox, utiliza o VIX e o VXN, bem como os volumes do NYSE nas quedas e nas subidas
Short selling
Nunca faz short Selling. Nem sequer através de opções, classifica o risco como demasiado elevado.
Leituras frequentes
Muitissima coisa, mas alguns dos sites incontornaveis são:
- WSJ
- Financial Times
- Herald Tribune
- Le Figaro
- CNN
- E ainda o Zacks Elite e o Navellier Growth.
Outras regras
- Tem como regra que nenhuma posição represente mais de 6-8% do valor total das carteiras. Por isso a Carteira NY chegou a ter mais de 20 posições quando estava full invested, durante o Bull Market.
- Normalmente não compra ETFs, pois prefere escolher as (quanto a ele) melhores empresas que os compõem, que têm melhores performances. Mas, tendo em conta os custos de compra, para carteiras de menor montante, sugire ETFs, que já diluem o risco ao ter exposições em várias empresas.
- AAII - é um indicador contrário: muito bearish antecipa rally, muito bulish antecipa queda.
- VIX - Costuma seguir este indicador que mede a volatilidade dos mercados. É normalmente utilizada a média móvel exponencial de 40 semanas pelos gestores de carteiras, para definir a zona de conforto, aquela em que não sentem grande necessidade de coberturas. O VIX terá de baixar para a sua MME 40 semanas antes que uma tendência principal ou de Longo Prazo (LP) seja definida.